segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A extinção/unificação das Freguesias e outras dores de alma



Portugal é um pais pequeno e acolhedor, contudo tem 308 Concelhos e 4260 Freguesias, uma nação pequena repleta de simbologia e tradição, mas a quantidade de Freguesias não é exagerada? Com a desertificação e outros factores de retrocesso, muitas das Freguesias, nomeadamente do interior, as populações ficaram quase às moscas, estas instituições lutam pela sua sobrevivência contra um financiamento do estado insuficiente e injusto. Por outro prisma, as Freguesias estão expostas a lobbies e interesses de algumas Câmaras, que quando o partido é oposto, exercem uma pressão avassaladora sobre elas, bloqueando apoios, deixando estas pequenas autarquias à sua mercê. Os autarcas das pequenas Freguesias são pequenos bombos das festa no meio de um jogo politico desleal, os Presidentes de Junta são mal pagos, o executivo não recebe o suficiente e optam muitos por se refugiarem da vida pública. Uma Freguesia gerida por um amador, que pouco recebe, têm o seu emprego/sustento apoiado no seu ordenado como pode estar a cem por cento à frente de uma instituição com tantas responsabilidades? Até quando a amadorismo das autarquias?

As Freguesias são os parentes pobres da gigante família autárquica onde há gente séria e menos séria, os autarcas são mal remunerados, e por vezes com pessoas mal formadas manietadas por interesses partidários e dominadores.

O País sofreu bastantes alterações demográficas irreversíveis, muitas Juntas não têm capacidade de resposta para a maioria dos problemas que surgem, o estado não financia as Freguesias como deveria, enche os bolsos a alguns deputados que passam as sessões da Assembleia da República a ver o Facebook, a bocejar, a levantar os bafarosos sovacos tal marionetas romenas, ao fim do mês ganham muito mas muito mais que um presidente de Junta mal pago!

A Junta de Freguesia provinciana passou a ser um local onde se vai tirar fotocopias, "picar" a presença para o Centro de Emprego e ler alguns editais (mais ou menos interessantes), as Câmaras  se assim o desejarem afundam uma Freguesia em Menos que nada. As Juntas estão dependentes de tudo e de todos.
Em vez de tantas Freguesias acredito numa unificação de algumas das tantas e tantas que jazem  com a língua de fora moribundas, porque não se criam pequenos escritórios nas aldeias onde um cidadão pode ir pagar a sua água? Tirar a licença do cão  e do gato, carregar o telemóvel, entre outras pequenos problemas que podem ser resolvidos nesses "gabinetes do cidadão" práticos e eficientes. O facto de haver menos Freguesias, não implica um mau serviço, poupar em gastos com alguns elementos das Assembleias de Freguesias que mal levantam o braço, a oposição fala quase sem ser ouvida e o publico está no café a beber minis e torresmos salgados, ver a casa dos segredos da TVI.

O futuro do pais não pode estar sustentado em tradições e deve evoluir, mas não apenas financeiramente como moralmente, os autarcas irresponsáveis devem ser proibidos e irradiados da vida politica, os velhos devem dar o lugar aos mais novos (e deixarem-se finalmente de servir das Câmaras e das Juntas ao seu bel prazer). A extinção das Freguesias e /ou unificação deve ser um tema tratado com elevação e responsabilidade, só assim enriquecemos a nossa pobre democracia.

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